domingo, outubro 31, 2010

Vale Tudo:é sucesso de crítica e repercussão

 Por Wander Veroni* 
Desde o dia 04 de outubro, o Canal Viva passou a ser primeiro lugar em audiência entre o público adulto à 00h45 e ao meio-dia pelo fato de reprisar a novela “Vale Tudo”. Apesar do horário ingrato, o telespectador está com saudades de novelas que, realmente, valem a pena ver de novo. Quem é noveleiro de carteirinha sabe o quanto o folhetim é um marco na TV brasileira. Inclusive há um movimento na internet para que a TV Globo reprise tramas dos anos 80 e 90 no “Vale a pena ver de novo”, e não somente novelas que passaram a cinco ou três anos atrás.

Mesmo quem não tenha assistido a primeira exibição da trama de Gilberto Braga, com a colaboração de Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, tem na memória nomes como Odete Roitman (Beatriz Seagal), Heleninha Roitman (Renata Sorrah), Raquel (Regina Duarte), Maria de Fátima (Gloria Pires), Ivan (Antonio Fagundes) e  Marco Aurélio (Reginaldo Faria). A história de “Vale Tudo” retrata um momento político do Brasil, do final dos anos 1980, em que se colocava em discussão até onde é possível fazer tudo por dinheiro.

Apesar de não aparecer nos primeiros capítulos e morrer para dar o lugar ao clímax mais famoso da história das telenovelas, Odete Roitman foi a vilã mais odiada e lembrada até hoje, principalmente pelo mistério que envolveu a sua morte. O sucesso de “Vale Tudo” não está apenas na TV Paga, mas também na internet. Na madrugada, é possível ver uma legião de fãs que comentam o folhetim no Twitter com o mesmo interesse de mais de 20 anos atrás. No YouTube é possível ver a novela inteira por vídeos disponibilizados por internautas que querem acompanhar a trama que parou o Brasil e eternizou o hit “do quem matou fulano” nas telenovelas.

Esse sucesso todo é  uma prova do quanto o telespectador está carente de boas novelas, tanto as atuais, quanto as reprises ou remakes. Os roteiristas atuais – salvo alguns poucos gatos pingados, estão passando pela pior crise de criatividade dos últimos tempos. Não sei se o público está mais exigente ou praticamente todas as boas histórias já foram contadas, mas o sucesso de “Vale Tudo” nos faz repensar que é preciso os autores contemporâneos falarem mais do Brasil e, principalmente, pesquisar novas narrativas ou formas de encantar o público sem usar descaradamente os clichês típicos dos folhetins. É hora de inovar e não só viver da sombra do passado.

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