Deborah Secco grava cena de Insensato Coração na Barra da Tijuca (Rio), no último dia 23 (Foto: AgNews)
 
A partir de 17 de janeiro, quando estreia Insensato Coração, o telespectador verá um inédito diálogo entre dois gêneros, a telenovela e o reality show.
Na novela das oito da Globo, assistirá à luta de uma ex-participante de reality show para manter a fama. Em seguida, em Big Brother Brasil 11, testemunhará a corrida pelos candidatos a famosos da temporada.
Na trama de Gilberto Braga e Ricardo  Linhares, Deborah Secco  interpretará uma Fanny da vida. Natalie, sua  personagem, será uma  pós-Darlene (de Celebridade, em 2004, que buscava a fama a qualquer custo), uma ex-participante de reality show profissional, que vive disso.
Segundo Ricardo Linhares, não haverá menção explícita a nenhum reality show. Mas será um programa de confinamento, como BBB,   do qual, aliás, Deborah Secco já participou, como curiosa e fã. “O   programa do qual ela participou é fictício. Foi do tipo confinamento,   mas não fazemos referência a nenhum reality existente. Não está previsto   flashback”, conta o autor.
De acordo com Linhares, Natalie nasceu  Natalie Batista e inventou o  nome artístico de Natalie Lamour. Sua  família é simples:  a mãe Haidê  (Rosi Campos) é faxineira; o irmão,  Douglas (Ricardo Tozzi), está  desempregado.
“Natalie é provedora da casa. Ela tirou  terceiro lugar [no reality  show], mas foi eleita musa da edição, por  conta da beleza. Foi o que  bastou para virar celebridade instantânea na  época do programa, há três  anos. Fez comerciais, participou de  diversas atrações, posou nua  duas  vezes. Com esse dinheiro, comprou  casa própria, trocando a favela do  Vidigal pelo bairro do Horto [no Rio  de Janeiro]. E depois caiu no  ostracismo”, revela Linhares.
“A história acompanha a tentativa de  Natalie de voltar aos holofotes.  É um dos núcleos cômicos da novela.  Para se ‘manter na mídia’, ela se  mete em grandes confusões”, adianta.
Linhares afirma que a intenção não é  criticar a pequena indústria de  subcelebridades instantâneas que se  confunde com os reality shows:
“A intenção da trama não é criticar nem  enaltecer os participantes de  reality show, mas abordar um tema  contemporâneo. O gênero tem evoluído  ao longo dos anos e já formou  plateia cativa. Não é uma onda passageira,  como foi cogitado no início;  ele veio para ficar, como os programas de  auditório, por exemplo, que  atravessam décadas, modificando-se e  sofrendo atualizações, mas sem  mudar a essência. Há uma geração criada  assistindo a esse tipo de  programa, e que sonha em participar dele.  Muitos, inclusive, encaram a  oportunidade como meio de ascensão social.  Ex-participante de reality  show já virou uma espécie de, digamos,  ‘categoria profissional’. É aí  que Natalie se encaixa”.
Por: Daniel Castro
Portal R7