segunda-feira, janeiro 17, 2011

Tony Goes: Rodrigão deu para trás, Ariadna deu chabu no "BBB11"



 


Antes de o programa estrear, eu apostava em Rodrigão como o provável vencedor do "BBB 11". O ex-Mr. Paraná tem todo o "physique du rôle" de um campeão: bonito, sarado, simpático. "Se tiver carisma", pensei, "o prêmio já está em sua conta bancária".
 
Pois é... Carisma ele não tem. O cara é só tamanho, sem um pingo de malícia no corpão esculpido. Ficou tão constrangido ao ser escolhido como o primeiro sabotador que quase explodiu de vergonha, levantando as suspeitas dos outros concorrentes. Parecia um cachorrinho acusado de ter feito xixi em local proibido: cabeça baixa, rabo entre as pernas, ô dó.
Depois ainda deu o azar de atender o Big Fone. Sua cara de pôquer não convenceu ninguém. Na verdade, o que estava escrito em sua testa era "O que é que eu estou fazendo aqui? Socorro!". Desse jeito o rapaz não vai longe: o "BBB" é um jogo, que requer dissimulação e esperteza. Ganha o malvado que convencer o público de que é bonzinho. Rodrigão não parece ser nem um nem outro. É só um desavisado.

Ariadna, Lucival e Janaina vão ao paredão
Pelo menos sua escolha para o paredão foi interessante. Lucival é um candidato forte, com um sorriso descontraído e uma personalidade idem. O fato de ser gay pode jogar ao seu favor: como não aparenta mágoa nem rancor, é capaz de cair nas graças do público. Todo mundo adora uma bicha de bem com a vida.
E por isto mesmo dificilmente será o primeiro eliminado. Rodrigão deve ter desperdiçado seu voto. Já o líder Cristiano preferiu não arriscar: escolheu Ariadna, uma candidata de enorme fragilidade.
A história sofrida da transsexual poderia comover o Brasil, mas não é isto o que está acontecendo. Ariadna é uma presença incômoda. Não transpira a "alegria de viver" que o espectador médio espera de um participante LGBT.
A toda hora lembra que passou por poucas e boas, se ressente da ausência da família, choraminga que é pouco compreendida.
Para piorar, assumiu no programa de sábado que foi garota de programa. Não deve ser a primeira nem a última "sister" que já rodou bolsinha, mas sua confissão pioneira, tão corajosa, provavelmente irá prejudicá-la. Nem mesmo a presença da aparentemente impopular Janaína (entre os moradores da casa) no grupo de "condenados" conseguirá salvá-la da eliminação.
Nas redes sociais, muita gente reclamava deste primeiro paredão: um homossexual, uma negra e uma trans. "Lá se foi a diversidade", chiavam alguns. Mas não acredito que os participantes tenham sido movidos pelo preconceito: eram muitos os imunes, as escolhas eram reduzidas.
O público talvez não aja da mesma forma. Ariadna já lidera todas as pesquisas de intenção de voto. Tudo indica que será a primeira a rodar. E assim terminará de maneira algo melancólica a maior novidade desta edição, a bomba-relógio armada por Boninho. A participante que prometia mexer com a libido e as certezas dos "brothers" não deu nem para a saída. Que pena.

TONY GOES
COLUNISTA DA FOLHA

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