quarta-feira, março 23, 2011

Globo pune o São Paulo e leva time ao 3º escalão nas transmissões do Brasileiro-11

  Corinthians lidera transmissões na Aberta, Palmeiras a frente do Flamengo.

A CBF divulgou na última terça-feira a relação de transmissões de televisão para o primeiro turno do Brasileirão deste ano. Detentora do contrato vigente de direitos televisivos, a Globo passou o São Paulo para uma espécie de terceiro escalão de times, com aparições limitadas na TV, segundo levantamento feito pelo UOL Esporte.

Das 19 partidas por equipe no primeiro turno, o São Paulo terá 11 transmissões (cinco na TV aberta e seis na fechada), o que deixa o clube na sexta colocação deste ranking. O líder da relação é o Corinthians com 15 jogos na TV. Palmeiras, Flamengo, Vasco e Santos aparecem no segundo patamar, com 13 encontros no total.



O critério de escalonamento usado pela reportagem tem por base o número de transmissões estipuladas pela Globo para o primeiro turno. Por isso, o Corinthians aparece no primeiro escalão; Palmeiras, Flamengo, Vasco e Santos no segundo, São Paulo e Fluminense no terceiro; Inter, Botafogo e Atlético-MG no quarto e Cruzeiro e Grêmio no quinto (veja tabela acima).

A espécie de "punição" de exposição sugere uma retaliação ao fato de o São Paulo figurar no lado contrário da emissora na batalha pelos direitos do Brasileiro no próximo ciclo, nos anos de 2012 e 2013. O clube dirigido por Juvenal Juvêncio aparece como um dos pilares do Clube dos 13 na disputa pelo comando das negociações com a TV, enquanto que a turma de dissidentes da entidade é cada vez maior e mais próxima à Globo.

A divisão das transmissões de 2011 contradiz o acordo vigente estipulado pelo Clube dos 13 com a Globo e que termina após o Brasileirão deste ano, em que Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Vasco e São Paulo estão no mesmo patamar e são remunerados com a mesma fatia dos direitos televisivos destinado aos clubes.

Além disso, a divisão das transmissões para este ano não condiz com o ranking nacional das torcidas, já que as últimas sondagens feitas pelos institutos de pesquisa apontam o São Paulo com a terceira maior legião de seguidores, atrás de Flamengo e Corinthians. O Ibope de agosto de 2010 foi mais fundo na questão ao divulgar que o time tricolor é o líder entre os mais ricos, que estão entre os potenciais consumidores da TV fechada, pay-per-view e internet.

Mas nem esse tipo de retaliação parece intimidar a cúpula são-paulina. Segundo publicou o Blog do Perrone na última terça, a ideia dos cartolas do São Paulo é assinar com a Rede TV!, mesmo que isso signifique deixar o clube no meio de uma guerra na Justiça. O time tricolor só vai conversar com a Globo se a vencedora da concorrência estipulada pelo C13 desistir do contrato.

Ainda conforme o blog, essa divergência é um dos caminhos que pode levar a disputa dos direitos de TV para os tribunais. E o São Paulo está disposto a assumir esse risco. Se optasse por negociar com a Globo agora, além de traição consumada ao C13, o clube correria risco de não conseguir a mesma cota destinada a Corinthians e Flamengo.

Outro parceiro inseparável do Clube dos 13 na disputa contra a ala de Globo e a CBF é o Atlético-MG, comandado pelo presidente Alexandre Kalil. No entanto, ao contrário do São Paulo, o clube mineiro não recebeu nenhuma espécie de retaliação no número de transmissões do Brasileirão 2011, pois continua com o mesmo patamar de jogos na programação (terá três jogos na TV aberta e sete na fechada, no total de dez).

Juvêncio e Kalil estiveram entre os principais artífices da vitória de Fábio Koff na última eleição para a presidência do Clube dos 13, quando o atual mandatário da entidade derrotou Kleber Leite, candidato apoiado pela CBF e seu presidente Ricardo Teixeira, por 12 votos a 8.

O comandante do São Paulo, inclusive, é o primeiro vice-presidente da entidade. Na oportunidade, a consequência enfrentada pelo clube foi a perda da condição do Morumbi como sede paulista da Copa de 2014, que acabou entregue ao futuro estádio do Corinthians em Itaquera, em gesto entendido como uma retaliação política de Teixeira para favorecer o presidente corintiano Andrés Sanchez, outro rival político do são-paulino Juvenal.

 

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