segunda-feira, junho 03, 2013

Nova onda de demissões mostra que a Record passa por reestruturação profunda e deixou sonho da liderança de lado

 

Record: cerca de 500 demissões à vista

Na última sexta-feira (31), mesmo sendo “feriado imprensado” para alguns, houve quem trabalhasse na Record. E, entre os que circularam pelos corredores da emissora, o assunto era um só: mais cortes deverão ocorrer em breve. A desconfiança não se dá à toa. A coluna apurou que nos próximos meses a ideia é cortar cerca de 400 funcionários no RecNov, no Rio de Janeiro, e 100, em São Paulo. A situação no departamento de dramaturgia da emissora é ainda mais alarmante porque, recentemente,já foram demitidas mais de 100 pessoas. A alegação, na época, é que havia muita gente parada. De fato, com a produção de novelas reduzida a apenas uma por vez, uma equipe de 80 maquiadores e figurinistas parecia inflada. Mas não é apenas isso que está por trás dessa “reestruturação” da emissora.

Há alguns meses, um homem de confiança de Edir Macedo, chamado Marcos Vinícius, assumiu a tarefa de colocar na ponta do papel tudo o que dá lucro ou prejuízo à empresa. Com essa devassa nas contas, o “Programa da Tarde” quase foi a primeira vítima, sendo salvo graças a uma renovação de patrocínio de última hora. Contratos passaram a ser renegociados. Apresentadores foram chamados para rediscutir o salário. Atores como Vitor Fasano e Letícia Colin foram dispensados. Parte da produção do “Programa do Gugu”, com contratos a vencer, corre o risco de ser dispensada, enquanto outra de ter os honorarios reduzidos.

O fato é que a Record tem entendido que pode sair mais caro do que se pretende produzir os programas do próprio bolso. A emissora cogita pôr em prática em breve um plano de terceirização de seus produtos. Ou seja: atrações de auditório, novelas e séries passariam a ser criados e gravados fora da Barra Funda, por uma produtora independente. Já haveria, inclusive, um acordo com a Casablanca nesse sentido. Apenas o jornalismo seria mantido do jeito que está.

É curioso que uma emissora que há anos dizia-se “no caminho da liderança” agora conforme-se à batalha pelo segundo lugar, às vezes perdido para o SBT num mês ou outro. Conversando com uma fonte de alto escalão, a coluna ouviu um desabafo: “Antes, todos queriam, unidos, levar a empresa ao topo, tinha um espírito vontade e trabalho para fazer dar certo muito claro. Com os últimos acontecimentos e tantos cortes o desânimo é geral”. Faz sentido. Mas o fato de a “torneira ter secado” não dá à Record o direito de se acomodar. Vive-se um outro momento, mas ele pode propiciar um bom recomeço, despertar a criatividade de todos.

A batalha da empresa por audiência e qualidade é bem vinda – e esperada – pelo mercado e pelos espectadores. É saudável que haja concorrência e que o mundo artístico não se resuma a apenas uma grande emissora. Ampliam-se as possibilidades para atores, produtores, diretores e apresentadores, por exemplo. A coluna torce para que a fase ruim passe logo. E que os que sofrerem cortes se recoloquem logo no mercado.

IG

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