segunda-feira, abril 23, 2012

Os exageros sobre (e do) Pânico na Band

 

A trupe do Pânicovoltou a ficar no centro das atenções graças ao programa exibido neste último domingo (22/04). A última hora do Pânico na Band foi toda voltada para as Panicats e, numa daquelas atitudes que somente o grupo entende, decidiu-se por raspar a cabeça de Babi ali no palco, ao vivo.


A atitude, que a principio parecia uma blefe, chocou boa parte dos telespectadores e a repercussão da decisão foi muito negativa nas Redes Sociais. A maioria dos telespectadores se mostraram revoltados quando os cabelos da jovem foram raspados e consideraram um exagero de mau gosto. No twitter subiram diversas tags de protestos, a duas mais duras foram: #ForaPânico e #TudoporAudiência.


A análise disso precisa ser menos drástico e com maior tranquilidade. Não é a primeira vez que a trupe se coloca no meio de uma polêmica desse nível. Aliás, o grupo está se tornando expert em produzir momentos que nada tem a ver com humor e tornam-se o centro das atenções em atitudes absolutamente suspeitas e que quase sempre visam boa audiência - e conseguem o objetivo, diga-se. A marca do programa é a polêmica e, aparentemente, parece ser um caminho sem volta e que todos os membros gostam.


Um humorístico deve se pautar exclusivamente pelo humor. Quando o Pânico na Bandultrapassa esta linha e migra para a polêmica, para a exploração excessiva de um assunto e, principalmente, pela humilhação de algum artista, quem perde é o próprio grupo. Perde-se credibilidade, perde-se o foco, mas principalmente, perde-se a oportunidade de mostrar o quanto são bons em sua própria área, que é o humor.


Ao gastar tanto tempo em um quadro absolutamente desnecessário que, na prática, serviu apenas para humilhar a panicat e não produziu um único momento de humor espontâneo, o programa deixou de exibir o melhor e mais interessante quadro desde a estreia na Band, o Jornal do Bóris. Isso por si só mostra-se um equívoco estratégico da produção. É bem verdade que toda a polêmica colocou o grupo no centro das atenções e deu picos de liderança folgada, mas são números momentâneos e de um telespectador que não será fidelizado, enquanto o quadro de humor consolidaria ainda mais.


Porém, os exageros na análise também mostram o quanto o povo brasileiro ainda é conservador. Babi não é uma iniciante. Ela está na mídia a tempo suficiente para saber utilizá-la a seu favor e, mais, conhece com detalhes o grupo para o qual trabalha. Ficou evidente que a jovem já sabia que teria de raspar os cabelos e mais óbvio ainda que ela havia concordado. Não há o que se discutir quanto a decisão da moça. Não houve qualquer espécie de assédio moral ali e, se houve, ela não é inocente a ponto de achar que teria de fazer aquilo para continuar trabalhando. Óbvio que ela concordou em se tornar o centro das atenções justamente para atrair mais mídia.


Se não houve humor e o Pânico errou ao exibir o quadro, o telespectador exagera ao se sentir ofendido com algo que não é ofensivo. Exatamente em que ofende os valores morais e éticos assistir uma pessoa raspando os cabelos? Não é o caso de se protestar porque não houve baixaria ou ofensa a um grupo social. É o caso simples de trocar de canal se o programa não transmitiu o que dele se esperava. Mas ninguém trocou de canal. Todos assistiram, mesmo os "ofendidos". Porque se colocar na posição de juiz é tarefa simples para quem é ultraconservador. Um país de exageros.
INFORMAÇÕES DA TV X TV

Um comentário:

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