Não duvide que a minissérie “Sansão e Dalila”, que começou na semana passada, fechará na vice-liderança na audiência e será um dos motivos de comemoração dos executivos da Record. O bom resultado numérico se dará mais pela ausência de concorrência do que pelo primor em qualidade, uma vez que o segundo investimento da emissora neste segmento repete erros de “A História de Ester”. Nos últimos anos a Record investiu em muitos recursos tecnológicos, em ilhas digitais modernas para finalização dos capítulos, em estúdios e até numa cidade cenográfica, mas ainda escorrega nos figurinos e cenografia. Ai está o pecado da Record na adaptação de histórias bíblicas para a televisão porque é inevitável compará-las aos filmes e séries do gênero produzidos nos Estados Unidos e Europa. Infelizmente, este é o tipo de produção que exige muito mais do que dinheiro e tecnologia, pede sensibilidade para reconstruir um tempo do passado e levá-lo ao público como real. É claro que “Sansão e Dalila” tem seus méritos, um esforço da direção em tornar a história popular, trabalho correto de muitos atores e a insistência num projeto antigo da alta cúpula da emissora. Aliás, até pelo vínculo com a Igreja Universal, é compreensível a vontade de produzir minisséries bíblicas. Entretanto, ficaria muito mais barato e vantajoso comprar títulos no exterior e investir o que sobrar (e neste caso sobraria muito) em outros produtos, ampliando aos poucos a grade da Record, que na faixa noturna conta com jornal, série, novela e reality show. Com mais dinheiro é possível fazer muito mais na grade. Apenas uma sugestão para os próximos ciclos.
José Armando Vannucci
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