São 04 novelas inéditas e brasileiras no ar atualmente - três pela Rede Globo e uma pela Rede Record - a isso, soma-se a inédita e mexicana Camaleões do SBT e soma-se ainda as 06 reprises que também vão ao ar diariamente - 04 pelo SBT, uma pela Record e outra pela Globo - dando o total de 11 telenovelas diariamente exibidas na TV brasileira.
Destas, a grande maioria é de razoável para baixo, algumas com bons momentos, outras com histórias pífias, e há as com boas histórias que acabaram sendo mal desenvolvidas. Em meio a este festival de novelas medias e ruins, apenas uma se destaca e ela não é totalmente é inédita, é um remake. Trata-se de Ti Ti Ti.
Num momento em que as telenovelas brasileiras, principal produto da dramaturgia nacional desde que existem emissoras brasileiras, vivem uma clara crise de identidade em que os autores ora pecam pela mesmice, ora pecam pelo exagero, Ti Ti Ti ressurgiu do túmulo na década de 80 e vem dar uma amostra para todos, emissoras, autores, atores e público, como não é tão difícil fazer um produto que caia no gosto popular sem precisar apelar, exagerar e criar artifícios que já cansaram.
É bem verdade que muito do sucesso da trama veio em decorrência da curiosidade da atual geração em conhecer um dos grandes sucessos da década de 80 de um dos maiores autores da teledramaturgia no país, Cassiano Gabus Mendes. Mas isso parou na primeira semana. Uma audiência satisfatória - e mais do que simplesmente audiência, repercussão grande nos quatro cantos do Brasil - não se mantém embasada em curiosidade, mas, principalmente neste caso, na qualidade da obra.
Maria Adelaide Amaral é uma baita escritora e consegue criar novos elementos, dar fôlego a elementos já existentes e amarrar muito bem a história da trama. Ao fundir duas novelas - Ti Ti Ti e Plumas e Paetês - a autora assumiu o risco de tirar a identidade de ambas e, com um talento que impressiona, conseguiu anular completamente esta possibilidade. Ao contrário, Adelaide vem fazendo da atual Ti Ti Ti, uma novela deliciosa de se ver e, incrível, com identidade própria, coisa que raramente os remakes conseguem.
O texto é delicioso e ninguém se cansa de assistir a um capítulo sequer. Com tamanha disposição e qualidade no roteiro, fica fácil para o elenco dar um show. Dos principais nomes que já são consagrados na TV, aos novos rostos, todos vem conseguindo se sair razoavelmente bem, ao menos, graças ao texto que facilita muito a vida do elenco. E a direção também, apesar de às vezes exagerar, conseguiu criar um ambiente que somente ali não soa fake.
Passione bem que tentou, mas nessa vibe de ora estar ótima, ora estar péssima, não conseguiu ser a grande novela que pretendeu. Ribeirão do Tempo nem sequer tentou, desde a estréia ficou claro que não teria destaque por ter uma história muito fraca. Araguaia vem tentando a todo custo ser ao menos interessante. As reprises, claro, tem seus méritos, mas nada de extraordinário. E no meio disso tudo, Ti Ti Ti é a última bolacha do pacote. E com seus méritos.
POR DANIEL CÉSAR
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