Com “Carrossel” mais de um ano no ar, o SBT parece ter adquirido uma boa experiência para levar adiante o projeto de remakes de novelas infantis do passado. “Chiquititas”, a estreia desta segunda (15), está um patamar acima de “Carrossel”: é mais bem acabada e com cenários mais amplos e mais bonitos.
Enquanto o elenco de veteranos parece à vontade, era de se esperar que as meninas da novela seguissem declamando o texto. Se nem as crianças de “Carrossel” conseguiram um desempenho melhor depois de um ano, não são crianças novas que melhorariam esse cenário. Mas é novela infantil e, para criança, isso não importa nem faz a menor diferença.
Adaptada por Íris Abravanel a partir da versão argentina de Cris Morena (a mesma de outras novelas musicais já conhecidas no Brasil, como “Floribella” e “Rebelde“), “Chiquititas” já começou com um clipe musical, deixando claro que esta nova versão é ambientada em São Paulo – diferente da novela dos anos 1990 em que o SBT era obrigado a gravar em Buenos Aires, atendendo o contrato com a emissora argentina Telefé (detentora da marca),.
Assim que começou o capítulo de estreia, “Chiquititas” tirou da Record o segundo lugar da audiência. A prévia no Ibope foi de 13 pontos, o mesmo número que vinha mantendo “Carrossel”, em média. Promete manter-se na vice-liderança nos próximos meses. Uma pena que o SBT – a exemplo de “Carrossel” – vá manter a novela por mais de um ano no ar, o que cansa a audiência. Quem sabe até bem mais do que um ano – a primeira versão era dividida em temporadas e ficou no ar por três anos e meio, até esgotar a fórmula e a audiência minguar.
Para os saudosistas crescidos que eram crianças na época da primeira versão da novela, um recado: esqueçam a “Chiquititas” da década de 1990. Memória afetiva só atrapalha na hora de comparar com imparcialidade.
Nilson Xavier
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