terça-feira, março 27, 2012

Avenida Brasil ignora apresentações e chega como rolo compressor

 


A estreia da noite, a nova novela das 21 Horas, Avenida Brasil, com assinatura de João Emanuel Carneiro (A Favorita, Cobras e Lagartos) que veio com a missão de manter ou melhorar a boa audiência conquistada por sua antecessora Fina Estampa chamou a atenção por ser completamente diferente de qualquer outra no horário. O autor ignorou as apresentações tradicionais das personagens e, sem situar o telespectador, apresentou um capítulo que foi um rolo compressor.


João Emanuel manteve seu estilo de pesar a mão no roteiro e mostrou um capítulo em que o destaque foi mesmo o roteiro. Sem medo de censura ou do que quer que seja, o autor costurou a história colocando Carminha (Adriana Esteves) como centro de tudo. A vilã já chegou mostrando o quão maquiavélica será, torturando emocionalmente uma criança, se fazendo de vítima e armando para o próprio marido. Uma autêntica vilã de novelas.


E foi assim por todos os núcleos. Num só capítulo teve pedido de casamento surpresa, jogador de futebol em decisão de campeonato, boa praça casado com duas mulheres quase sendo pego em flagrante. Tudo no capítulo de estreia. O filão do capítulo foi este, não apresentar as personagens, não contar sua história, mas trazer um roteiro sólido, cheio de nuances e riquíssimo em acontecimentos. A ideia foi prender o telespectador pela quantidade assombrosa de situações que aconteceu em todos os núcleos e conseguiu.


Entre os pontos negativos, ficou claro que o núcleo do futebol precisa ser pensado. Transmitir trechos de jogos mostra-se claramente anti-drama e não apresenta nada que chame a atenção do telespectador. Para contar a história de personagens que são jogadores de futebol, o autor terá que ter muito jogo de cintura a fim de não inserir muitas partidas, pois certamente irá cansar. O uso do chroma key também incomodou bastante.


Mas nem estes pequenos detalhes conseguiram ofuscar uma estreia quase impecável. Texto que chama a atenção pela qualidade já conhecida de João Emanuel Carneiro, a competência da direção encabeçada por Ricardo Waddington só poderia ser excelente e atuações sensacionais, como era de se esperar. No elenco os destaques foram Tony Ramos, numa pequena participação especial, mas que fez toda a diferença e Adriana Esteves que brilhou muito, também ajudada pelo texto magnífico que deu muito espaço para a vilã e mostrou-se madura para um papel tão complexo como este.


Avenida Brasil não estreou apenas. Ela chegou causando comoção, jogando para longe qualquer lembrança de suas antecessoras e se transformando no centro das atenções. Para se ter uma ideia o capítulo chegou ao fim não com um, mas com três ganchos para o próximo. João Emanuel Carneiro não decepcionou e nos proporcionou o melhor primeiro capítulo de novelas das 21 Horas em muito tempo.

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