Deve ser por isso que assistir ao reality “A Fazenda” é tão deprimente. O programa parece uma reunião de escola de subcelebridades realizada alguns anos depois, quando todos se deram meio mal. Sim, um cenário de filme de terror. Está ali a modelo maravilhosa que foi diva nos anos 80, o ex-rei do axé, a ex-garota de programa que ficou famosa ao lançar um best seller etc.
Como ex-alunos da escola, eles passam o tempo todo “se medindo”. “Essa aí está na pista há muito tempo”, disse uma das participantes quando a ex-panicat (incrível que ser panicat tenha virado profissão) entrou no programa. A pista é a da tentativa de ser famosa. Um roteiro que inclui posar nua, desfilar em escolas de samba, ou, quem sabe, namorar um jogador de futebol, caso de duas participantes dessa edição.
Alguém tentar desesperadamente ficar famoso é triste. Mas alguém tentar, não conseguir, e tentar de novo é deprimente. Difícil achar graça das tentativas desesperadas desses alunos que se deram mal para se manter no programa e descolar uma grana. E muito menos das humilhações.
Jura que a Monique Evans, aquela mulher que era tudo nos anos 80 aceita ficar 24 horas sem água porque isso é uma “penalização do programa”? Aceita. E isso, como todo o resto do reality, é de uma tristeza de matar. Ou você gostaria de ver a garota mais popular da sua escola passando por uma humilhação dessas?
Por essas (e muitas outras) assistir ao programa não é engraçado, não. É triste. Uma aula de melancolia. E sem glamour.
NINA LEMOS
FOLHA 5
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