“Fina Estampa”:Final deixa claro que personagens eram mais fortes que história

“Final de novela nunca agrada, não seria diferente com ‘Fina Estampa’” e “o final mostrou que a novela nunca foi boa” foram as duas frases que mais ouvi neste sábado, um dia após o último capítulo do folhetim de Aguinaldo Silva. Sem dúvida, foi um encerramento que frustrou o telespectador que acompanhou a história de Griselda, Tereza Cristina, Crô, Baltazar, Ester e muitas outras personagens.

O último capítulo de “Fina Estampa” deixou muito claro que o autor não teve força para controlar os tipos que criou e que sua história se perdeu diante do humor de Marcelo Serrado e Alexandre Nero ou do exagero de Cristiane Toroloni. As interpretações ganharam destaque e deixaram os mistériosem segundo plano. Oque deveria ser respondido apenas no último capítulo perdeu força. Ninguém mais queria saber quem era o namorado do Crô porque valia muito mais se divertir com suas sacadas e irreverência ao lado do motorista da madame. Da mesma maneira, o que menos importava era o segredo de Tereza Cristina. Ela era louca e seu exagero diante dos fatos garantia a risada da noite.

“Fina Estampa” não vai entrar para a história, apesar de recuperar a audiência do horário principal da teledramaturgia brasileira. Aguinaldo Silva já fez novelas melhores, mesmo sendo extremamente eficiente na arte de envolver o público com quatro ou cinco personagens. Aliás, vale ressaltar que em “Fina Estampa” muitos ficaram sem um final feliz ou infeliz. E o pior foi voltar com a vilã num carro de vidros escuros e encerrar a novela com uma heroína segurando uma ferramenta. Faltou um final.

Em relação à audiência, o último capítulo marcou 47 de média, o mesmo índice de “Insensato Coração” e menor do que o de “Passione”, que terminou com 52 pontos. Na média geral, “Fina Estampa” ficará com 39 pontos, contra 36 de “Insensato Coração” e 35 de “Passione”.

por José Armando Vannucci