Televisão: O ano das minisséries

 

A aposta em minisséries e seriados deu o tom em 2010. A Globo lançou uma enxurrada de produções do gênero, com destaque para "A Cura", "As Cariocas" e "Afinal, o Que Querem as Mulheres?". E o ano começou com obra de qualidade incontestável: a minissérie "Dalva e Herivelto", escrita por Maria Adelaide Amaral. A turbulenta história de dois ídolos da época de ouro do rádio emocionou.

Adriana Esteves e Fábio Assunção deram show e ganharam merecidos elogios como o casal Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. A minissérie foi o primeiro trabalho do ator após afastamento de um ano e meio para tratar de seu problema com drogas. “É sempre gratificante ter uma resposta boa do público. Qualidade dá ibope, sim”, diz Maria Adelaide, que festejou média de 29 pontos.

 

Na Record, a minissérie "A História de Ester" lançou Gabriela Durlo e marcou investimento da emissora em produções épicas. A trama teve audiência média de 12 pontos, garantindo a vice-liderança no Ibope.

Na Globo, outro sucesso de crítica foi o seriado "A Cura", de João Emanuel Carneiro. Misturando suspense e temática espiritual, a trama trouxe de volta à TV aberta o ator Selton Mello, que viveu Dimas, um médico com poderes mediúnicos. “Foi uma aposta ousada de seriado. Primeiro, porque trata de forma séria um tema quase inusitado na ficção brasileira: o curandeirismo. Depois, por ter uma narrativa contínua, exibido uma vez por semana”, avaliou o autor, que deve escrever a segunda temporada em 2011.

O universo feminino foi retratado em "As Cariocas", com episódios inspirados na obra de Sérgio Porto e belas atrizes como protagonistas, entre elas Alinne Moraes, Grazi Massafera e Paola Oliveira. A série "Afinal, o Que Querem as Mulheres?", de Luiz Fernando Carvalho, protagonizada por Michel Melamed, buscou respostas para entender os mistérios da alma feminina. Já "Clandestinos", baseada em peça homônima de João Falcão, misturou ficção e realidade para mostrar os bastidores de um processo de seleção de atores, com linguagem diferente. Também foi ao ar a segunda temporada de "Força-Tarefa", com mais ação. Vários seriados de humor foram testados, como ‘Separação!’ e "Junto e Misturado". Criada por Miguel Falabella, ‘A Vida Alheia’ expôs a rotina da redação de uma revista de celebridades.

Nas novelas, boas e más surpresas. Com temática espiritual, "Escrito nas Estrelas", de Elizabeth Jhin, recuperou a audiência do horário das 18h. O ‘remake’ de "Ti-ti-ti", assinado por Maria Adelaide Amaral, trouxe de volta o humor de Cassiano Gabus Mendes à faixa das sete da noite. Com média de 35 pontos, "Passione" prendeu a atenção do telespectador, mas decepcionou ao revelar o segredo de Gérson (Marcello Antony). A estratégia do “quem matou?” ainda mantém o público ligado na trama para descobrir quem é o assassino de Saulo (Werner Schünemann). “A novela teve ótimos desempenho e repercussão. A dedicação de todos foi total. Não tinha como dar errado”, comemora o autor Silvio de Abreu.

Na Record, Rodrigo Faro brilhou no comando de "Ídolos" e de "O Melhor do Brasil", em que pagou mico dançando vestido como astros da música. Na Band, o humor do "CQC" foi destaque na cobertura das eleições e da Copa do Mundo. Já o "Pânico na TV!", da RedeTV!, bateu recorde (12 pontos) e chegou à liderança de audiência com a transformação visual de Gorete. O SBT levou Marília Gabriela para fazer programa de entrevistas e agora ela apresenta atrações semelhantes no GNT e na TV Cultura. Já Hebe decidiu sair do SBT após 25 anos de casa e vai estrear na Rede TV! em 2011.
O Dia